ARQUIVO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE ITAPORANGA D'AJUDA - CURADORIA: PROFESSOR ROBSON MISTERSILVA
ARQUIVO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE ITAPORANGA D'AJUDA - CURADORIA: PROFESSOR ROBSON MISTERSILVA
PADRE AGNALDO GALVÃO LEAL (1903 -1993)
Padre Agnaldo Galvão Leal nasceu em Itaporanga em 27 de abril de 1903 e faleceu em Aracaju em 17 de maio de 1993, aos 90 anos.
A Escola de Serviço Social, criada por Padre Agnaldo Leal, em Minas Gerais, é o embrião da futura Universidade Católica, fundada por Dom Cabral e a qual padre Agnaldo se filiou após fundada.
Em 1917, aos 14 anos, estava no Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Aracaju, onde foi ordenando dez anos depois, em 01 de maio de 1927.
Dom Antônio dos Santos Cabral, o Dom Cabral, arcebispo de Belo Horizonte foi o responsável por levar Padre Agnaldo para a capital mineira como auxiliar.
Sergipano da cidade de Itaporanga d'Ajuda, filho do maranhense Francisco Joaquim de Carvalho Leal e da sergipana de Maruím, Dona Cezaltina Galvão Leal, da fazenda Caieiras, filha do Dr.Raimundo Diniz de Valois Galvão.
Fez as primeiras letras em São Cristóvão, no colégio do Professor Leão Magno, quando teve convivência com os franciscanos, especialmente o Frei Humberto e o Frei Cornélio, que lhe marcaram a alma, despertando-lhe a vocação para o sacerdócio.
Em 1917, aos 14 anos, estava no Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Aracaju. Ordenando se dez anos depois em 01/05/1927.
Logo após assumir a vice-reitoria deste seminário, e em 1930 já é reitor.
O também sergipano, Dom Antônio dos Santos Cabral (Dom Cabral), arcebispo de Belo Horizonte leva-o para Belo Horizonte.
Então o jovem padre se empolga com o trabalho do arcebispo. Inteligente, culto, criativo, e realizando uma pastoral moderna, dom Cabral afirmava ser como grande bispo da capital mineira.
E o Pe. Agnaldo entregou-se à diocese, tornando-se um fecundo auxiliar do arcebispo. Fôra inicialmente secretário do prelado, trabalhando na Cúria metropolitana e morando no palácio episcopal. Assuma a capela do colégio Santa Maria, quando teve oportunidade de travar relações com as mais importantes famílias mineiras, e os seus grandes homens públicos.
Foram seus amigos; Antônio Carlos, Milton Campos, Pedro Aleixo, Oscar Dias Correia, Levindo Lopes e outros.
Dom Cabral funda "O Diário" e o Pe. Agnaldo tornou-se um dos colaboradores do jornal, fazendo inclusive o apostolado da inteligência, com abertura às inovações litúrgicas como a missa do Diário, à meia noite, para jornalista e operários, na capela do jornal onde prestava assistência religiosa.
Um dia Dom Cabral surpreende o jovem padre sergipano. Nomeia-o Vigário da paróquia de Santo Antônio, determinando, de logo, a posse, isto dez horas depois. Educaçao Fisica. Agnaldo teme o novo encargo. Receia fracassar como pároco, mas obedece ao bispo. O agora jovem Pároco faz um pastoreio revolucionário, organizando uma comunidade paroquial ativa, solidária e mística, onde o leigo passou a ter uma co-responsabilidade na ação pastoral. A comunidade trabalhou nas obras sociais e orava. O padre liderava o movimento litúrgico.
Com seus contatos com os beneditinos, consegue convencer o interventor do estado, Benedito Valadares e o secretário de educação, Abgar Renaut a enviar três moças para estudar serviço social em São Paulo. Com os três assistentes sociais recém-formados aluga, com recursos da LBA, uma pequena casa, assim com as três, agora, professoras, funda a Escola de serviço social, que mais tarde seria o embrião da futura Universidade Católica, fundada por Dom Cabral , na qual se incorporaria.
Dentre os muitos professores dedicados responsáveis pela continuidade da escola, seria o amigo Padre Orlando Machado.
Absorvido pela paróquia, pelo ensino na faculdade de serviço social, pela escola de polícia, e como inspetor federal na escola de medicina, o Pe. Agnaldo pouco visitou sua terra natal, A solução foi trazer seu Sergipe para Belo Horizonte. Acolheu vários sobrinhos-netos na casa paroquial de Santo Antônio, Depois de um seu sobrinho e amigo de infância também muda-se com a família para a capital mineira.
Sua Paróquia era moderna, uma casa paroquial não possuía fechadura. Ficava aberto dia e noite.
Não era raro encontrar pessoas dormindo nos sofás da sala. Muitos ainda esperavam para tomar café com os padres.
São anos de chumbo. Acolhe e dá guarda a vários perseguidos.
Criou celeuma na cidade quando colocou uma cruz suspensa sobre o altar sem o Cristo crucificado.
Após quase 25 anos, já envelhecido, sente o peso da sua paróquia. O seu arcebispo já estava morto. E mortas ou transformadas eram muitas das suas obras; O Diário, sua escola profissionalizante, a faculdade de serviço social.
Pe. Agnaldo então "deixa" a paróquia de Santo Antônio e vai morar com uma sobrinha. Torna-se capelão das irmãs Dorotéias. Não para, vai trabalhar com habitação no Inocoop Centrab, fundando cooperativas habitacionais.
Consegue adquirir um apartamento, e com a morte de seu irmão leva seu sobrinho para estudar em Belo Horizonte, Este torna-se seu braço direito, Com o tempo, vários outros. Sua casa mais parece uma república de estudantes.
Disputado nos meios políticos por governadores, ex-governadores, senadores e deputados. Todos o procurem, ou para uma conversa ou para conselhos. Participe de todos independente de suas tendências.
Difícil caminhar com ele pela cidade, - Olá padre Agnaldo, - Sua benção padre Agnaldo. Foi assessorado por todo tipo de gente, uns para cumprimentá-lo, outros para uma conversa mais desmoralizada.
Gosta de tecnologias e de passar férias na fazenda de sua irmã nas margens do Vaza- Barris.
Com o peso dos anos pensa em voltar para Sergipe. Aos 87 anos está lúcido, agarrado com seus livros. Sempre com seus autores franceses, na vanguarda do pensamento católico. Agradece a deus ter sido sacerdote. Diz rindo na serenidade da velhice "Sou feliz em ser pai. O pai é um homem só, para poder doar-se aos outros".
Vacile em escolher a terra para seu último canto. Minas, onde sempre viveu em doação plena ou sergipana terra de suas raízes.
É homem realizado. Seu projeto de vida foi servir a seu Deus como sacerdote e como apóstolo. Doar-se a causa.
E assim está na fronteira da santidade.
O Padre Agnaldo elege o reino da Graça .
Fonte:https://padreagnaldoleal.wixsite.com/padre-agnaldo-leal/vida-e-obra
Oração ao Padre Agnaldo
Vocês que passam por este mundo,
espalhando a alegria e o bem,
e vocês a dádiva privilegiada
de amenizar dores e sofrimentos.
Que em tempos difíceis eu sabia
que você conservaria firmemente
a fé em Deus e no homem.
Que foi exemplo de doação
para a juventude na educação à vida cristã,
no trabalho, na família e na sociedade.
Que o Espírito que te modernizou
nos ensine para que sejamos um povo de santos.
Que por sua intercessão possamos viver
e agir no seu amor por um mundo melhor.
Fonte: https://padreagnaldoleal.wixsite.com/padre-agnaldo-leal