Maria Felicidade dos Santos, nascida em 15 de dezembro de 1871. Na época do seu nascimento já vigorava a Lei do Ventre Livre, porém seus pais eram escravos do Engenho Belém, o que na prática fazia de Maria Felicidade escrava também.

Nasceu na senzala do Engenho. E lá morou até os 15 anos, ocasião na qual passou a morar na casa de sua madrinha, que residia em uma casa na Vila de Itaporanga. Ali, passou a trabalhar como doméstica inicialmente. Posteriormente, passaria a vender doces - Maria Felicidade era uma doceira de mãos cheia - em uma banca armada na frente da Igreja Matriz de N. Sra. D'Ajuda.

Em 1887, Maria Felicidade casou-se com Fernando Felipe Ferreira. O casamento rendeu 7 filhos, entre as quais Valentina Ferreira, nascida de em 1892 na Vila de Itaporanga.

Maria Felicidade faleceu em 14 de janeiro de 1926.

A escolha do seu nome há razão de ser. A Vila de Itaporanga, com seus engenhos, era um retrato da época. Havia muitos escravizados em terras itaporanguenses. Um dos itaporanguenses mais notáveis foi Francisco José Alves, que foi um dos abolicionistas sergipanos. Francisco José Alves lutou a vida em prol dos escravizados. O nome Felicidade é simbólico e deixa marcado no nome da criança a realização de um sonho do povo escravizado.

A foto foi tirada em 1891. Digitalizada por Ricardo da Silva Moreira, fotográfico.

O relato da vida de Maria Felicidade foi recuperado pelo seu trineto Osvaldo Neto @oosvaldoneto e agora está disponível para que todo itaporanguense conheça essa história de resistência.