Nascido na Vila de Itaporanga, na Fazenda Camaçari, em 1888, Francisco Sobral Garcez foi um dos filhos de João Augusto de Freitas Garcez e de Josefina Sobral Garcez, que haviam comprado o Antigo Engenho Camaçari no final do século XIX e tornado um próspero produtor rural.

Pouco é conhecido acerca dos membros mais antigos deste ramo da Família Freitas Garcez, mas Francisco Sobral Garcez deixou sua marca e a História recupera seus passos.

O dom de empreendedor rural floresceu em alguns dos filhos de João Augusto de Freitas Garcez, entre os quais, Francisco Sobral Garcez, que aparece no início do século XX referenciado como um dos grandes fazendeiros da vila pelo Almanak Administrativo, Mercantil e Indutrial do Rio de Janeiro.

A vida política da vila logo atraiu os irmãos Sobral Garcez, que chegaram a ocupar cargos importantes da administração municipal.

Casou-se em 23 de junho de 1923 com Rita Zenóbia Leal Bastos, de 37 anos, filha de Francisco Joaquim de Carvalho Leal e Cezaltina Galvão Leal. Rita Zenóbia era viúva de Silvio Anacleto de Souza Bastos, dono dos Engenho Itaperoá e Quindongá. Com a morte do marido, os Engenhos são herdados por Dona Rita Zenóbia, e após o casamento passou a ser administrado por Francisco Sobral Garcez, aumentando o seu poderio como grande produtor de cana de açúcar.

Antes de 1925, a Intendência funcionava em outro prédio de menor estrutura também na Vila. Entre as décadas de 1920 e 1930 Francisco Sobral Garcez ocupou o cargo de Delegado na Vila e por razões desconhecidas figura como Intendente Municipal em 1925, data na qual deixou seu maior legado: a construção do Prédio da Intendência, uma moderna construção para a administração pública na Vila. O próprio Almanak Mercantil indica que neste ano a Intendência era ocupada por Theóphilo Martins Fontes, outro grande produtor rural e importante político da região. Fato é que a História deixou registrada, através de uma placa de inauguração, que o administrador responsável pela edificação do Prédio da Intendência foi Francisco Sobral Garcez no ano de 1925.

O casamento com D. Rita Zenóbia legou a Francisco Sobral Garcez, um herdeiro: Sílvio Renato Garcez, para quem ficou de herança o Engenho Quindongá, o menor dos dois engenhos, após a morte da mãe. Seu meio-irmão, Pedro Bastos, filho do primeiro casamento de D. Zenóbia, herdou o Engenho maior, o Itaperoá, como era desejo de D. Zenóbia e que Francisco Sobral Garcez, sendo o marido amado e compreensivo que se mostrou, aceitou com alegria.

A data do seu falecimento até o momento é desconhecida. Mas, como nenhuma linha da sua história era conhecida, e hoje temos esse belo relato biográfico, é questão de tempo até que novas evidências surjam e novos detalhes de sua vida sejam conhecidos. Francisco Sobral Garcez é citado em matéria de jornal como um dos irmãos presentes no funeral de Sílvio Garcez, irmão, ocorrido em 1951 Entende-se, por tanto, que a data do seu falecimento é posterior a do irmão, que era dois anos mais velho que ele.